10.9.10

O caminho dos olhos / Understanding sketches 2

Muitos artistas concentram-se em fazer um bom desenho. Dentro daquilo que na nossa cultura visual se considera, nos dias de hoje, ser um “bom desenho.” Todavia, a meu ver, não nos basta preocuparmos em fazer “bons desenhos”, se no final este só servir enquanto representação – bem conseguida que seja – do seu propósito (ie. retrato, ilustração, etc).
Tal como num filme de culto é na procura de algo mais substancial que se expressam os elementos mais profundos da realidade (ao contrário do que usualmente acontece no cinema comercial), também no desenho acontece o mesmo, quando nos concentramos demasiado em soluções puramente visuais. Dando maior relevância aos aspectos gráficos, acabamos por perder a capacidade de exprimir algo mais, para lá do que os olhos conseguem ver.

Todo o processo de contrução de um desenho que pretende transmitir também o que se consegue sentir da realidade, tem de contemplar esse propósito desde o início, e para tal é necessário uma  metodologia completamente diferente...

Em suma, para exprimirmos a sensação do que podemos apreender da realidade, em todos as suas facetas, há que desenvolver a capacidade do “sentir” através do desenho. E para isso é preciso descobrir como utilizar os elementos básicos de representação para captar a Sensação do “real.”


The path of the eye ...

Many artists focus on making a good drawing. In as much as our visual cultural considers to be a “good drawing”, nowadays. However, as I see it, it’s not enough to concern oneself with making "good drawings", if in the end that will just serve as a representation – however well achieved – of its subject (ie. portrait, illustration, etc).

Just like in cult films it’s in the search for something more substantial that the deepest elements of reality are expressed (in opposed to what usually occurs in mainstream movies), the same happens with drawing, when we concentrate excessively on purely visual solutions. When we give specific graphic techniques greater relevance, we end up losing the ability to express something more, beyond that which the eyes can see.

The entire process of drawing that contemplates transmitting what one can feel from reality has to reflect this purpose from the very beginning, and for that we require a completely different methodology...

In short, to express the sense of what we can grasp from reality, in all its aspects, we must develop the capacity to "feel" through drawing. And for that we must discover how to use the basic elements of representation to capture the feeling of " the real."

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