14.9.10

O Gesto / The Gesture

Pois é, se me ponho a pensar no trabalho que está por detrás de cada desenho, faz-me lembrar um paragrafo que há tempos li em “The Elements of Drawing”, de John Ruskins, que já em 1857 tentava, basicamente, desmistificar noções como Liberdade associadas ao Desenho. Comenta como umas das características dos desenhos dos velhos mestres é a liberdade dos seus “gestos.” O que não quer dizer que os seus desenhos fossem obra do acaso ou que simplesmente deixaram-se levar e desenharam despreocupadamente; tal não pode estar mais longe da verdade, já que o desenho nunca é fruto de um acto despreocupado. Aquilo que nos parece um desenho sem esforço é na realidade um acto de esforço deliberado, onde há muito pouco espaço para a “liberdade.”

Lembro-me disto sempre que trabalho na rua, onde o esforço para me concentrar é ainda maior devido à pressão de desenhar em público.

Só queria deixar-vos com este pensamento antes de me perder e vos entediar com elementos mais práticos do desenho (espero bem que não).

Bons rabiscos... 

The Gesture

Well, if I think on the work that is behind each drawing, it reminds me of a paragraph that I read in times, in "The Elements of Drawing", by John Ruskins, “(…) What is usually so much sought after the term “freedom” is the character of the drawing of great master in a hurry, whose hand is so thoroughly disciplined, that when pressed for time  he can let it fly as it will, and will not go far wrong. But the hand of a great master at real work is never free: its swiftest dash is under perfect government. (…) You must never, therefore, aim at freedom. It is not required of your drawing that it should be free, but that should be right; in time you will be able to do right easily, and then your work will be free in the best sense; but there is no merit in doing wrong easily.”

I always remember this when working in public, where the effort to concentrate is increased by the pressure to draw in public.

Just wanted to leave you with this thought, before I lose myself in more technical elements of drawing.

Good scribbles...
 

10.9.10

REEBET!

Depois de algum tempo a fazer uma limpeza profunda à minha vida pessoal, resolvi render-me às evidências e “ir mas é trabalhar... fazer algo de útil para a sociedade...!” O que, nesta área, significa muito trabalhinho, ao mesmo tempo fazendo “figas”, e pelo sim e pelo não, acender muitas velas a todos os Santos que me lembrei!

Resolvi começar por esboçar muito, para desentorpecer as articulações dos dedos, e do cérebro, e depois de trabalhar meses e meses a fio e de - literalmente - atingir a 3ª pilha do meu tamanho (1,67m!) de folhas A4 de esboços, resolvi meter-me na cor. Este é o resultado. Não é famoso, mas passa… espero!
After taking some time to clean up my personal life, I’ve decided to stop “smelling the roses and Do it my way!” This, in this field, means a whole lot of work, all the while keeping my fingers crossed, and, just in case, asking to all the Saints to hurry up and make my day!

I've decided to start out by sketching a lot, until my fingers dropped and my brain went numb, and after torturing myself for months on end, resulting in a 3rd pile of sketch sheets that reached my height, I felt that I needed some color in my life. This is the result. It’s not great, but it has to do for now…!

O caminho dos olhos / Understanding sketches 2

Muitos artistas concentram-se em fazer um bom desenho. Dentro daquilo que na nossa cultura visual se considera, nos dias de hoje, ser um “bom desenho.” Todavia, a meu ver, não nos basta preocuparmos em fazer “bons desenhos”, se no final este só servir enquanto representação – bem conseguida que seja – do seu propósito (ie. retrato, ilustração, etc).
Tal como num filme de culto é na procura de algo mais substancial que se expressam os elementos mais profundos da realidade (ao contrário do que usualmente acontece no cinema comercial), também no desenho acontece o mesmo, quando nos concentramos demasiado em soluções puramente visuais. Dando maior relevância aos aspectos gráficos, acabamos por perder a capacidade de exprimir algo mais, para lá do que os olhos conseguem ver.

Todo o processo de contrução de um desenho que pretende transmitir também o que se consegue sentir da realidade, tem de contemplar esse propósito desde o início, e para tal é necessário uma  metodologia completamente diferente...

Em suma, para exprimirmos a sensação do que podemos apreender da realidade, em todos as suas facetas, há que desenvolver a capacidade do “sentir” através do desenho. E para isso é preciso descobrir como utilizar os elementos básicos de representação para captar a Sensação do “real.”


The path of the eye ...

Many artists focus on making a good drawing. In as much as our visual cultural considers to be a “good drawing”, nowadays. However, as I see it, it’s not enough to concern oneself with making "good drawings", if in the end that will just serve as a representation – however well achieved – of its subject (ie. portrait, illustration, etc).

Just like in cult films it’s in the search for something more substantial that the deepest elements of reality are expressed (in opposed to what usually occurs in mainstream movies), the same happens with drawing, when we concentrate excessively on purely visual solutions. When we give specific graphic techniques greater relevance, we end up losing the ability to express something more, beyond that which the eyes can see.

The entire process of drawing that contemplates transmitting what one can feel from reality has to reflect this purpose from the very beginning, and for that we require a completely different methodology...

In short, to express the sense of what we can grasp from reality, in all its aspects, we must develop the capacity to "feel" through drawing. And for that we must discover how to use the basic elements of representation to capture the feeling of " the real."

Refletir sobre o Desenho / Understanding sketches 1

 
Muitos artistas concentram-se em fazer um bom desenho. Dentro do que na nossa cultura visual se considera, nos dias de hoje, ser um “bom desenho.” Todavia, a meu ver, não basta preocuparmo-nos em fazer “bons desenhos”, se no final este só servir enquanto representação – bem conseguida que seja – do seu propósito (ie. retrato, ilustração, etc).
Tal como num filme de culto é na procura de algo mais substancial que se expressam os elementos mais profundos da realidade, também no desenho acontece o mesmo, quando nos concentramos em demasia em soluções puramente visuais, dando maior relevância aos aspectos gráficos, acabando-se por perder a capacidade de exprimir algo mais, para lá do que os olhos conseguem ver.

Todo o processo de construção de um desenho que pretende transmitir também o que se consegue sentir  da realidade, tem de contemplar esse propósito desde o início, e para tal é necessário uma metodologia completamente diferente...

Em suma, para exprimirmos a sensação do que podemos apreender da realidade, em todos as suas facetas, há que desenvolver a capacidade do “sentir” através do desenho. E para isso é preciso descobrir como utilizar os elementos básicos de representação para captar a Sensação do “real.”  





Reflecting on the drawings ...


Many artists focus on making a aesthetic drawing. Within that in our visual culture is considered, nowadays, being a "good drawing". However, in my view, is not enough to concern us in making drawing´s that visually work, if in the end is only just another "nice" drawing - even if it looks rely good. 
 
As a
independent film
is looking for something more substantial that express the deepest elements of reality, also design/drawing is the same, when we focus too much on purely visual solutions, giving greater emphasis on graphical aspects, ending up by losing the ability to express something more, beyond what the eye can see.

The entire process of doing a drawing that also wants to convey what you can feel from reality, needs to reflect this purpose from the beginning, and this requires a completely different approach ...

In short, to express the sense of what we can grasp reality in all its facets, we must develop the capacity of the "feeling" through drawing. And for that you need to figure out how to use the basic elements of representation to capture the feeling of "real."

9.9.10

Exercícios Editoriais | Editorial illustration

Em seguimento da ilustração inicial, um auto-retrato, apresento uma segunda ilustração que, tal como aquela, foi igualmente feita durante a minha incursão num workshop de Ilustração Editorial para Imprensa, na Ar.Co, em 2008, onde um dos formadores foi o Ilustrador Alex Gozblau.

Embora tenha sido uma passagem breve, pois foi pouco antes de iniciar o meu estágio profissional, pude brincar novamente com metáforas visuais (após a faculdade) e meter as mãos nas técnicas mistas que fui aprofundando e desenvolvendo, tal como um belo cozinhado.
Foi só uma experiência, mas espero que gostem… Até à próxima!



Following the other illustration, a self-portrait, I present a second one, that was also made ​​during a workshop for Press Editorial Illustration, in Ar.Co, in 2008.

Although it was a brief foray, this was just before I began my internship, I managed to play again with visual metaphors (after college) and put my hands in mixed media that I was deepening then and developing as fine cuisine.
It was just an experiment, but I hope you enjoy it... Until the next time!

8.9.10

Algumas Expressões | Expressions in pencil

Este é um desenho preparatorio para um projecto que tinha para uma tela para a faculdade em 2003. Acabei por não concluir, mas cheguei a fazer uma versão a cores também!


This is a preparatory drawing for a project that had in college, 2003. I ended up not completing, but I got to do a color version too!