Continuando
a rever as minhas BDs iniciais, hoje destaco o 2º trabalho, uma
colaboração na iniciativa coordenada pelo autor/editor Daniel
Maia, Cadavre Exquisito!
Começada em 2008 e concluída em 2015, o projecto tentou reunir o
maior número de sempre de autores numa BD colectiva, feita em
prancha autoconclusiva e em sistema cadavre
exquis
– o processo de criação desenvolvido pelos pintores Surrealistas,
onde cada novo artista elabora sob o trabalho anterior, realizando
assim uma improvisação gráfica livre de contextos óbvios. E nesse
sentido foi bem-sucedido, tendo propiciado 52 pranchas de banda
desenhada por 56 criadores!
De
início hesitei, mas assumi a penúltima página (#51).
Todavia, excedi o limite do desafio e acabei por criar uma mini
história na prancha singular. Embora a narrativa não possa ser
separada por completo da BD colectiva, é uma sequência que pode ser
lida isoladamente e, posteriormente, para fazer justiça ao conto que
imaginei, reconfigurei a prancha para funcionar como página dupla,
para que os desenhos a grafite detalhados e as expressões das
personagens pudessem ser melhor apreciados.
Neste
trabalho, também quis experimentar um processo diferente e desenhei
as vinhetas em separado, sem limite de espaço, para montá-las
depois digitalmente. Com essa liberdade, cada vinheta tomou a
proporção duma ilustração, nas quais contei a vida de uma
personagem vilã no contexto da BD colectiva mas à qual conferi a
dimensão de mulher traída, em busca de vingança.
Continuing
to review my initial comics, today I highlight the 2nd work, a
collaboration in an initiative coordinated by author/editor Daniel
Maia, Cadavre Exquisito!
Started in 2008 and completed in 2015, the project tried to bring
together the biggest number of portuguese authors to ever contribute
to a comic, with each creating in a self-contained page in cadavre
exquis
(or exquisite
corpse)
system – the artistic process developed by Surrealist painters,
where each new artist elaborates under the previous work, thus
performing a graphic improvisation free of obvious contexts. And in
that sense it succeded, having produced 52 comic pages by 56
creators!
At
first I hesitated, but took on the penultimate page (#51).
However, I exceeded the challenge limit and ended up creating a mini
story on the one page. Although the narrative cannot be completely
separated from the collective comic, it is a sequence that can be
read by itself. And later on, to do justice to the story I had
imagined, I reconfigured the page to function as a double, so that
the detailed drawings and the characters' expressions could be better
appreciated.
For
this work I also wanted to try a different approach and drew the
panels separately, with no space limitation, and assembled them
digitally afterwards. With that freedom, each vignette took on the
proportions of an illustration, in which I told the life of a
villainous character in the context of comic, but whom I depicted as
a betrayed woman in search of revenge.
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